29 setembro 2017

Um safari no Botswana - 3º dia: a chegada ao delta do Okavango

No 3º dia de manhã, não tão cedo como nos dias anteriores, partimos em direcção à nossa aventura no delta do Okavango.
O Okavango nasce nas terras altas de Angola, atravessa a faixa de Caprivi, na Namíbia, e entra depois no Botswana onde movimentos da crosta terrestre (fiquei a saber que esta zona é bastante sísmica) impediram a sua progressão fazendo com que o rio se espalhe e desapareça nas areias do deserto do Kalahari, formando um delta interior. Apenas um pequeno braço do delta, do lado nascente, contribui para alimentar, indirectamente e de forma intermitente, a bacia do rio Zambeze.

Uma das interessantes particularidades do delta é que as cheias do Okavango ocorrem no pico da época seca - Junho e Julho - reforçando o abastecimento de água a este ecossistema único classificado como património da UNESCO.

Apesar de este passeio já ter sido em meados de Agosto, muitos dos braços do delta estavam ainda alagados, contrastando com a "aridez" das zonas envolventes.

A estrada, só praticável em veículos todo o terreno, vai atravessando pontes quase improvisadas,

e diversos braços do delta,

passando por pequenas aldeias,

até chegarmos, já do outro lado da "buffalo fence" (uma vedação construída em tempos para evitar o contacto entre animais selvagens e domésticos mas que nalguns troços já foi derrubada por elefantes), à "estação dos mokoros".
Os "mokoros" são estas pequenas pirogas, agora construídas de fibra (para poupar árvores e também para serem mais confortáveis), que, além de serem utilizadas na pesca, asseguram o transporte de pessoas e cargas através dos estreitos canais do delta: cada canoa pode levar dois passageiros, as respectivas cadeiras e mochilas, e ainda um "pole guide" que assegura a propulsão da canoa através de uma longa vara que vai cravando no fundo e nas margens.

Depois de todos acomodados, com os sacos e mochilas embrulhados em grandes sacos de plástico, partimos para o acampamento localizado numa das ilhas (ou penínsulas) do delta.

(continua...)

2 comentários:

Nautilus disse...

Muito interessante a história do delta. Não fazia ideia porque é que o rio espraiava e acabava ali. E é bem curioso o facto de haver duas épocas de cheias. O resultado é bem bonito :)
Podes continuar...

Laurus nobilis disse...

Sim... Continua... Belos artigos, a complementar o que deve ter sido uma bela viagem!